Duas das mais fascinantes declarações de Jesus quando
pronunciou o imortal Sermão da montanha foram estas: “Vós sois a luz do mundo” e “vós
sois o sal da terra”, Mt 5.15,16.
É
interessante observar que Jesus chamou os Seus discípulos de luz do mundo, mas
em outra ocasião Ele declarou ser pessoalmente a luz do mundo, Jo 7.12.
Para que não se cometa erros na
interpretação das duas assertivas, Ele esclareceu ser a Luz do mundo enquanto
estivesse aqui na Terra.
Ou seja, após o fim do Seu ministério
terreno e conseqüentemente Sua ascensão de volta ao Céu, a Igreja assumiria
essa posição e essa função.
Todos sabemos que existem vários
tipos de luz. As mais conhecidas e/ou populares são:
(a)
Luz
cósmica, Gn 1.5;
(b)
Luz
solar, Jr 31.36;
(c)
Luz
artificial, Mt 25.6 e
(d)
Luz
espiritual, Sl 4.8; Is 2.6;II Co 4.4,6.
A partir do primeiro capítulo da
Bíblia, Deus esclarece e determina os propósitos básicos da luz, a saber:
(a)
Separação,
Gn 1.14; Ex 10.23; Jó 18.6; 38.15.
(b)
Iluminação,
Gn 1.15; Fp 2.15;
(c)
Sinalização,
Gn 1.14;
(d)
Governo,
Gn 1.16.
A Igreja tem compromissos múltiplos a
cumprir na condição de luz do mundo. Ele deve manter-se separada do mundo,
estabelecendo um limite que não deve ser transposto.
Ela deve fazer brilhar a luz do
Evangelho, através da proclamação do Evangelho em suas diferentes dimensões:
pessoal, familiar, comunitária, coletiva e mundial; deve sinalizar para o mundo
os seus deveres, na condição de voz profética de Deus e, finalmente, deve impor
sua autoridade sobre as impiedosas e destruidoras trevas que assolam o mundo.
Ela deve atentar para as
características fundamentais da luz espiritual:
(a)
Ela
é divina, Sl 47.3; I Jo 1.5. Como luz do mundo, Jesus é SOL, Ml 4.12. Mas,
também como luz, a Igreja é LUA, Ct 6.10, ou seja, a luz não lhe é inerente.
Ela a recebe do Sol da justiça e a transmite para o mundo;
(b)
Ela
é permanente, Jó 18.5; Pv 18.9;
(c)
Ela
é outorgada, ou seja, a Igreja é despenseira da Luz divina, I Co 4.2; Sl
118.27. Precisamos ser zelosos, a fim de não deixarmos nossa luz no velador.
(d)
Ela
é regeneradora, I Ts 5.5; Ef 6.6. Quando os pecadores se encontram com a LUZ,
é-lhes aberta a porta da transformação e da liberdade, , II Co 5.17; Jo 8.36.
A Igreja deve manter-se fiel aos seus
compromissos com a LUZ, claramente estabelecidos na Palavra de Deus.
Não devemos compactuar com a
escuridão moral e espiritual que tomou conta do mundo, mas manter-nos como o
farol de Deus, todos os momentos e sempre.
Eis alguns de nossos compromissos:
(a)
Andar
na luz, I Jo 1.7; Jo 11.9;Sl 89.15; Is 2.5;
(b)
Estar
na luz, I Jo 2.9;
(c)
Vestir
as armas da luz, Rm 13.12.
(d)
Trabalhar
na luz, Jo 3.21; etc.
Ultimamente algumas ilustres figuras
do meio evangélico parecem estar esquecidas de sua natureza e responsabilidade
cristã, de modo que estão se aproximando excessivamente do ambiente de trevas.
Milhares de pessoas estão aplaudindo
o fato de alguns segmentos da mídia nacional, antes totalmente contrários ao
Evangelho, estarem agora abrindo espaço para cantores evangélicos, etc.
Mas há um grupo fiel que não fechou
seus olhos e está conseguindo ver além da cortina. Já houve casos de cantores
do Rei se exibirem ao lado de hostes de adoradores de demônios. Num desses
casos, a cena foi presenciada por milhares, quase milhões. Foi deprimente saber
que os que aplaudiram o hino sagrado tiveram de engolir as canções de Baal, que se lhe seguiram.
Quem pode assegurar que foi um ato
evangelístico, evangelizante ou evangelizador?
Quem garante que algumas centenas de
miseráveis pecadores se encontraram com Cristo naquela ocasião? Ou minha ótica
estaria totalmente fora de foco?
Não estará em desenvolvimento uma
perniciosa estratégia de Satanás, visando a confusão e a mistura do Evangelho
de luz com o reino das trevas?
Será que nossos cantores realmente
estão precisando de levar sua lâmpada para grandes palcos e depois permitirem
que se ponha nelas um vinagre de Belial, ao invés do azeite do Espírito?
Já não basta a omissão do nome
cristão (ou evangélico)?
Nós falamos a língua portuguesa e em
português claro Evangelho é EVANGELHO (e não gospel). Não está sendo orquestrado um disfarce muito sutil, para nele,
com ele e através dele começarmos a maquiar, a macular, e depois a perder a
nossa identidade?
Seria isto o prelúdio de novos dias de Constantino? Se assim for,
algum tempo mais tarde precisaremos de novos
luteros.
Que a Luz da Igreja continue a ser
luz. Que os pregadores do Evangelho preguem a Palavra. Que os cultos não sejam shows e sim cultos. Que os cantores
sejam identificados como cristãos, como evangélicos e como representantes da
Igreja do Senhor Jesus Cristo, e não meramente como representantes da música gospel.
Que a Igreja seja luz e não a deixe
NEM SE DEIXE escurecer.
Que ela seja sal e não se deixe
apodrecer.