terça-feira, 30 de agosto de 2011

REFLEXÕES SOBRE A EPÍSTOLA DE PAULO AOS COLOSSENSES


        Sempre devemos ser gratos ao Espírito Santo por nos haver doado a preciosa epístola escrita por Paulo e endereçada aos membros da igreja do Senhor na cidade de Colossos.
Essa epístola contém ensinamentos básicos para o povo de Deus e situa-se em grandeza teológica ao lado da que foi enviada á igreja em Éfeso. Paulo a escreveu durante seu período de cativeiro na cidade de Roma e a enviou pelas mãos de Tíquico, um dos seus mais íntimos e fiéis colaboradores, provavelmente no ano 62 da Era Cristã;
Facilmente podemos divisar cinco seções na carta e cada uma delas é por si só, um verdadeiro monumento.
Paulo possuía uma visão apostólica das igrejas e sentia-se fortemente compro0metido a exortá-las, admoestá-las e confortlá-las.
Na época em que Paulo viveu as igrejas (especialmente a de Colossos) sofreram fortes ataques de indivíduos que seguiam os ensinamentos filosóficos, tanto oriundos dos Judaísmo quanto do Médio Oriente e tais filosofias começaram a corromper a simplicidade da fé cristã, de tal modo que a gloria, a dignidade e a divindade de Cristo estavam sendo postas em duvida.
Existe uma evidente similaridade entre as epistolas endereçadas aos efésios e aos colossenses.
A primeira parte compreende os seis primeiros versículos do capítulo primeiro e seu enfoque está na satisfação pelas qualidades espirituais dos crentes colossenses.
A segunda parte trata da intercessão em favor de um maior crescimento da Igreja, e se estende de 1.7 a 1.10;
A terceira parte vai de 1.11 a 1.27. O tema é a exposição de um grande mistério.
A quarta parte compreende todo o segundo capitulo e inclui basicamente admoestações para uma vida estável.
Na quinta e última parte da epístola o apóstolo Paulo apresenta exortações sobre a santidade e trata de relações domésticas. Ela abrange os capítulos 3 e quatro.
Assim, essa epístola é profundamente teológica, mas não descura o lado social e prático da vida cristã.
Ao decidir ler pausadamente essa epístola, que tal levar em consideração algumas simples sugestões para um melhor aproveitamento?
Pois bem, destaco a seguir nove pérolas encontradas no primeiro capítulo da magnífica Carta à Igreja em Colossos. Poderiam ser doze, quarenta ou oitenta, mas para o espaço proposto, bastam essas 9.
1.       1.1 Paulo declara que a redação dessa carta contou com a colaboração do Irmão Timóteo a quem nas Epístolas Pastorais ele chama de meu filho na fé. Imaginemos a surpresa de Timóteo ao ver seu nome associado ao maior de todos os apóstolos!
2.       1.2  O apóstolo usa três palavras para definir e identificar os membros da Igreja em Colossos. Eram irmãos, eram santos e eram fiéis. Hoje em dia há que nem são santos, nem fiéis, nem irmãos. Outros há que são irmãos, mas não santos nem fiéis. Vale a pena refletir sobre essas 3 palavras.
3.       1.8  Nosso amor no Espírito. Que lindas palavras! Nosso fala de fraternidade e de solidariedade. Amor fala da virtude maior, indispensável a todo cristão. No Espírito recorda a origem da Obra que tem sido feita dentro de nossos corações.
4.       1.9  Sabedoria e entendimento espiritual   Existe uma louca competição  no mundo, a busca pela sabedoria. A Bíblia menciona 3 tipos de sabedoria: a de Deus, a de Satanás e a do homem. A satânica é totalmente deturpada; a do homem, absolutamente limitada. A divina, perfeita e imaculada. A sabedoria espiritual é adquirida a partir do temor a Deus e é excelente para dirigir, como ensina a Escritura. Se alguém dela sente falta, basta pedir a Deus com fé e sinceridade.
5.       1.10  Em nossa versão são encontrados 3 verbos, como tradução dos que Paulo usou como meta proposta para os irmãos colossenses: agradar, frutificar e crescer. Agradar sugere um relacionamento vertical com Deus. Frutificar é o trabalho interior do Espírito dentro de cada um de nós. Crescer aponta para a visão coletiva e universal da Igreja. Agradando a Deus, frutificamos. Frutificando, crescemos. Crescendo, atingimos a estatura de “varão perfeito”.
6.       1.12  O Pai vos fez idôneos. Diante dos ataques cruéis do Adversário, que desejava ver o declínio espiritual da Igreja, através da perda de sua firmeza espiritual e de suas convicções nos fundamentos do Evangelho e da fé cristã, Paulo testifica da idoneidade dos membros daquela Igreja. Quão triste é observar pessoas que se comportam como crianças e “são levadas pelo vento”, indo ao sabor das ondas que sopram para minar-lhes o conhecimento, a firmeza e a estabilidade. Heresias e filosofias, bem como religiões e seitas falsas são armas diletas do Inimigo para tentar destruir a Igreja, mas o Senhor já declarou que as portas do Inferno não prevalecerão contra ela. Que cada cultive sua própria idoneidade, dentro e fora da Casa do Senhor.
7.       1.14  Temos a redenção. Redenção é uma palavra favorita nas epístolas de Paulo. Redenção é um tema prioritário nas páginas da Bíblia. Redenção define o propósito e o significado da morte de Jesus. Redenção aponta para o sangue inocente e imaculado que oferecido por nós e que sacudiu de sobre nós o jugo do pecado e da escravidão de Satanás.
8.       1.15  Nele – por ele  - para ele. A Cristologia da epístola de Paulo aos Colossenses (bem como a dos Efésios) projeta o Filho de Deus e nosso Salvador no pódio universal da majestade divina. Tudo o que foi criado foi criado NELE. Este é o testemunho sólido e vibrante de Jo 1.1-3. Tudo o que foi criado POR ELE. Ele é o Co-Autor da Criação e merece ser adorado pelos homens na Terra, assim como pelos anjos no Céu. Nós o adoramos no tempo atualmente, mas estamos a caminho de adorá-lo eternamente.
9.       1.18  Ele é a Cabeça da Igreja.  Jesus veio a este mundo “buscar e salvar o que se havia perdido”. Esses ex-perdidos e agora salvos constituem a Igreja do Deus vivo, coluna e firmeza da verdade. Cristo não é O cabeça da Igreja. Ele é A Cabeça. A única, a divina, a insubstituível Cabeça. Essa Cabeça mora no Céu, mas o Seu Corpo vive na Terra. Cristo nos ensina a ver corretamente, porque os olhos estão na Cabeça. Ele nos outorga sabedoria, porque na cabeça está o cérebro. Ele é quem nos ensina a discernir entre o bem o mal, posto que o nariz também está na cabeça. E, finalmente, Ele fala a Palavra, Ele tem a Palavra e Ele É a Palavra. Somos apenas os Seus porta-vozes. Que essa Cabeça continue a ter primazia em nossa vida, assim como teve na de Paulo e na dos crentes de Colossos. Assim seja, até que o Senhor volte.




domingo, 21 de agosto de 2011

UMA BENCAO CHAMADA SOBRIEDADE



Dentre as inumeras crises que assolam a sociedade destaca-se atualmente a crise de sobriedade. Constata-se a ausencia de sobriedade em todos os setores da vida humana, inclusive no seio do povo de Deus.
Torna-se impossivel alcancar uma vida de excelencia se nao houver um lastro de sobriedade.
O vocábulo sobriedade em sua primeira acepção se relaciona com a temperança, que e a sabedoria no comer e no beber.
A sobriedade “distingue entre o que é razoável e o que é imoderado e utiliza razoavelmente seus cinco sentidos, seu tempo, seu dinheiro, seus esforços, etc., de acordo com critérios retos e verdadeiros.” (http://www.portaldafamilia.org/artigos/virt022.shtml)
Na Bíblia Sagrada ela alcança uma dimensão muito mais ampla e quer dizer comedimento, parcimônia, moderação, naturalidade, ausência de complicação, simplicidade.
A perda da sobriedade tem levado inumeras pessoas a serem espalhafatosas, ridículas, altivas, exageradas, impulsivas e em extremo vaidosas.
Ser sóbrio é um requerimento fundamental imposto aos que desejam um tipo de vida agradável aos olhos de Deus.
A Igreja do Senhor precisa ser constituida de jovens sobrios, familias sobrias e sobretudo obreiros sobrios.
Paulo, em sua epistola dedicada a Tito (2.12), menciona a indispensabiblidade de sobriedade, justiça e piedade.
Sobriedade diz respeito ao equilíbrio horizontal. Justiça corresponde ao equilíbrio vertical. Piedade é o somatório dos dois.
Sobriedade está associada a vigilância, conforme lemos em I Ts 5.6.
 “A fé sem sobriedade pode se transformar em mero exibicionismo religioso. A esperança sem sobriedade pode conduzir ao fanatismo religioso, do tipo desses, por exemplo, que levantam líderes que marcam a data da volta de Jesus e hipnotizam seus seguidores. O amor sem sobriedade pode se transformar em simples filantropia, facilmente convertida em instrumento de proselitismo”.
Sobriedade no falar significa não dizer mais do que deve ser dito e principalmente falar a verdade em amor. “Aquele que fala comunica algo, revela a si mesmo e deve estar consciente do bem que faz a quem escuta. As conversas frívolas e as fofocas são evitadas para aquele que deseja crescer nesta virtude. O homem sóbriodestaca-se dos demais na natureza e no tempo do seu discurso. Fala apenas o essencial, não estende a conversa nem procura enfeitá-la com sua imaginação fértil. Considera o silêncio um dom precioso, que promove mais automaticamente a compreensão do que quem nunca pára de falar.” (rev Shalom, num. 62.
O perigo dos exageros nos relatórios e informações, Pv 27.2. Nao muito raramente nos deparamos com estudantes do primeiro ano de teologia que já mandaram fazer cartões de visitas de teólogos.
Os mais jovens esperam receber dos mais antigos um legado de sobriedade, principalmente se levarmos em conta Tt 2.2.
A sobriedade e requerida no relacionamento dos conjuges, bem no de pais e filhos, I Tm 3.11.
Espera-se dos pregadores que sejam sobrios, para nao se converterem em manipuladores de auditorios, em agitadores de auditorios e em “ astros” de shows.
Os homens de Deus, responsaveis por liderar a Obra do Senhor, precisam ser sobrios. Toda falta de sobreidade em suas palavras em seu comportamento, publico ou privado, e absolutamente indesculpavel, I Tm 3.2.
Tambem e indispensavel o exercicio da sobriedade no convivio dos Obreiros. “A sobriedade ensina a ajudar, e nunca a criticar. A respeitar, e nunca combater”.
Avivamento e o estilo ideal de vida da Igreja. Ele acontecd quando o Espirito Santo encontra liberdade para mover-se no meio do Povo de Deus. Mas em todo avivamento precisa haver sobriedade, a fim de que os excessos sejam evitados.
Nao pode haver desequilibro entre a Palavra e o Poder. Se nao houver sobriedade no uso do Poder, a igreja se tornara fanatica. A perda do equilibrio no contato com a Palavra podera introduzir o formalismo dentro da Congregacao, Pv 25.16.
Faltou sobriedade a querida Igreja que estava na cidade de Corinto, e teve de ser repreendida pelo apostolo Paulo, I Co 1.13ss.
Finalmente, deve haver sobriedade total, II Tm 4.5. Assim Deus nos permita.