sexta-feira, 28 de março de 2008

A VERDADEIRA VITÓRIA

Um evangelho barato e inconsistente não merece este nome.

Vitória completa não está em promoção, como produtos sazonais de supermercados.

Há um preço a pagar para ser vitorioso.

Existem recomendações     bíblicas, leis espirituais e princípios cristãos que não podem ser substituídos por quaisquer estratagemas.

Vitória não é destinada aos que confundem a Igreja com um clube de férias.

Vitória não está caindo do céu como as folhas secas caem das árvores.

Vitória não é um bônus. É uma conquista. Uma dura conquista. Mas você pode alcançar.

Vitória não se alcança entrando no elevador, apertando um botão e indo diretamente do andar térreo ao vigésimo-quinto.

Vitória está no topo de uma escada. Todos os degraus precisam ser palmilhados. Mas, a grande notícia é que há anjos de Deus, subindo e descendo por essa mesma escada.

Vitória não está no fundo do vale, onde se aglomeram os tímidos e frouxos. Está, sim, no topo da montanha, aonde só chegam os valentes, os fortes e os perseverantes.

Vitória é oferecida aos guerreiros de todas as horas, aos lutadores de sempre, e não aos "turistas" espirituais, que assistem os cultos de quando em quando.

Deus não oferece vitória àqueles que fazem da Casa de Deus um hotel-de-fim-de-semana.

Ele a destina aos que carregam CADA DIA a sua cruz.

Mantenha-se na linha de combate. E ouça o que o apóstolo Paulo está proclamando:

"Graças a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo".

(Texto de um capítulo de meu próximo livro: COMO VIVER EM COMPLETA VITÓRIA)

quarta-feira, 12 de março de 2008

HOUVE UM TEMPO...

Houve um tempo em que os crentes gostavam de orar. Nessa época eles murmuravam pouco, por falta de tempo e de oportunidade e não perdiam nenhum ensejo para apresentar sua adoração, sua oração e sua intercessão diante do Trono do Pai.

Houve um tempo em que os cultos não eram um espetáculo, senão um cenáculo espiritual.

Houve um tempo em que os pastores se dedicavam à leitura da Palavra. Eles não se envolviam com política, nem secular nem eclesiástica. Eles não viviam obcecados por títulos e cargos, quer na sua comunidade, quer no âmbito nacional.

Houve um tempo que as Convenções eram convocadas para que os obreiros mais jovens ouvissem estudos bíblicos e experiências notáveis dos mais antigos, e assim eram fortalecidos e robustecidos: na fé e no ministério. Nesse tempo, ir a uma reunião convencional era um grande sonho, uma ardente paixão, um negócio de Deus.

Houve um tempo em que os presidentes não eram ditadores e os líderes não eram senhores de engenho. Todos viviam mergulhados no mar da graça misericordiosa do Senhor Jesus.

Houve um tempo a Casa de Deus não parecia com um sindicato, por ser exatamente uma assembléia dos santos.

Houve um tempo em que não havia nas igrejas círculo de oração, porque todos os crentes oravam, e não apenas uma meia-dúzia de irmãs abnegadas e de total renuncia.

Houve um tempo em que os jovens crentes não se enamoravam de senhoritas ímpias e assim o vírus do jugo desigual não se inoculava nos arraiais dos santos.

Houve um tempo em que não se cantava nem se pregava por dinheiro e assim a inspiração fluía sem tropeços, o púlpito não era balcão de barganhas e nem de aplausos para homens, porque o louvor se destinava exclusivamente a Deus.

Houve um tempo em que os cultos não eram shows, os ministros não eram artistas e os santos de Deus não eram galera.

Houve um tempo em que os compositores de hinos não eram sacoleiros, os cantores não tinham empresários e os pregadores não eram galãs.

Houve um tempo em que os crentes não deixavam de ir aos cultos por causa das novelas, as crianças não deixavam de ler a bíblia por causa dos videogames e os adolescentes não deixavam de jejuar por causa das lan-houses.

Houve um tempo em que jovens crentes se respeitavam mutuamente e deixavam as práticas de intimidade sexual para depois da cerimônia de matrimônio no altar sagrado.

Houve um tempo em que as moças crentes casavam virgens, os rapazes crentes eram abstinentes e os motéis não eram jamais por eles visitados.

Houve um tempo em que falar mal dos pastores era abominação e ser infiel a Deus era apostasia.

Houve um tempo em que se pregava a misericórdia, o perdão, o arrependimento e o juízo de Deus.

Houve um tempo em que a letra sacra dos hinos inspirados não era abafada pelo barulho ensurdecedor das baterias.

Houve um tempo em que os Congressos eram selados com batismo com o Espírito Santo e não com jogo de luzes, bem ao estilo Holywood.

Houve um tempo em que não se pagava para ir a um evento evangélico, porque os pregadores e cantores não eram artistas.

Houve um tempo em que "os mais belos hinos e poesias foram feitos em tribulação" e os que os apresentavam ao público jamais sonharam com paradas de sucesso.

Houve um tempo em que ser pastor dependia basicamente de um chamado, uma vocação, um compromisso e um testemunho público perante a Noiva do Senhor Jesus.

Houve um tempo em que os itinerantes, especialmente aqueles que nunca pastorearam, respeitavam os pastores e se maravilhavam com o seu diíicil e árduo labor.

Houve um tempo em que ganhar almas era um dever de cada membro da Igreja e excluir um membro da Igreja era uma tarefa dolorosa, sempre recebida com muita tristeza e temor.

Houve um tempo em que os pastores de Jerusalém não excluíam os membros dessa igreja porque visitaram a de Antioquia.

Houve um tempo em que mentir era pecado em qualquer lugar. Na Casa de Deus, então, era totalmente inaceitável.

Houve um tempo em que os líderes se respeitavam e se amavam; não se devoravam mutuamente.

Houve um tempo em que os peixes eram buscados lá fora, em alto mar, e não no aquário do vizinho mais próximo.

Houve um tempo em que as igrejas cresciam, devido aos batismos em águas e não às muitas cartas-de-mudança emitidas em seu favor.

Houve um tempo em que as congregações não eram agências de empregos, isto é, não se oferecia vantagens para quem a elas aderisse.

Houve um tempo em que não se trocava um cartão de membro em uma igreja por uma vaga no diaconato noutra.

Houve um tempo em que rebelião não era algo chic. Era uma ofensa profunda à santidade de Deus e quem a praticava era dito pertencer a Satanás, o pai de todas as rebeliões.

Houve um tempo que as senhoras idosas não ensinavam as mais jovens a desobedecerem seus maridos e assim as famílias eram mais estáveis.

Houve um tempo em que, no ato do convite para a salvação, não se chamava os pecadores de irmãos, e, sim, de amigos.

Houve um tempo em que ser humilde não estava fora de moda e ser simples não merecia agressões.

Houve um tempo em que ser fariseu soava estranho na Casa de Deus e jamais se veria ao menos um deles ser condecorado.

Houve um TEMPO em que jamais se sonhava que haveria UM OUTRO, tão diferente dele, que nem se poderia imaginar.

Nota: Não escrevi esta matéria mergulhado num oceano de saudosismo inconseqüente. Fi-la, na firme esperança e na severa confiança de que aqueles tempos voltarão, antes Cristo regresse. Que pensa o meu leitor a respeito disto?


 


 

sexta-feira, 7 de março de 2008

PAIXÃO E PAIXÃO

Algumas palavras do vocabulário são como as ondas do mar: sobem e descem com freqüência.

Sempre se falou de rei como sendo um monarca; de gato como sendo um animal doméstico; de fera como sendo um animal das florestas.

Hoje, existem reis para todos os gostos: da soja, do futebol, do carnaval, do mate, do gado, do bacalhau, do rock, etc., etc.

Gato para algumas senhoritas do mundo é um jovem bem apessoado, com as quais bem fariam em casar-se.

Fera passou a ser um especialista, um indivíduo de elevadíssimo QI, um candidato a campeão.

A palavra paixão tem, atualmente, inúmeras conotações.

Pode ser sentimento excessivo, amor ardente, afeto violento, entusiasmo, grande mágoa, cólera, alucinação, sentimento pervertido e até parcialidade. Assim ensinam os dicionários.

Tal multiplicidade de definições chega a inibir o pregador evangélico, ou o escritor sacro.

Desta sorte, bem fazemos em esclarecer ao público o que queremos dizer quando fazemos alguma afirmação.

Atualmente o mundo conhece em abundância a paixão que mata.

O Evangelho, ao contrário, aponta uma paixão que faz viver.

Jesus exerceu Seu ministério terreno movido por uma superior paixão: buscar e salvar o que se havia perdido, Lc 19.10.

Moisés, no AT e Paulo, no NT, são exemplos clássicos da paixão pelo bem-estar de outros.

Nós, pregadores, precisamos falar ao Povo de Deus sobre a necessidade e a importância de ser possuído por uma paixão pelas almas.

Um dos mais extraordinários livros que se produziu nos últimos cem anos foi escrito por Oswald Smith: PAIXÃO PELAS ALMAS.

Cada crente deveria possuí-lo. Todos deveriam lê-lo.

Muitas pessoas têm me abordado para declarar que estranham o fato de renomados pregadores manejarem com muita graça e eloqüência a Palavra de Deus, mas inteiramente desprovidos de paixão pelos perdidos.

Spurgeon e Moody não poderão ressuscitar e voltar aos púlpitos. Billy Sunday já não mais dispõe de força e saúde para pregar em Cruzadas, como fez por décadas.

Mas todos sentimos falta de sua ardente paixão.

A obsessão por agitar as massas está expulsando da Casa de Deus a virtude de fazer chorar o coração que se enche de arrependimento.

Graças a Deus pelos avivalistas. Mas, Deus, por onde anda a paixão por ver almas aos pés de Teu Filho e vidas extraviadas retornando ao Lar Paterno?

Existe paixão e paixão. A de reunir para receber aplausos e a de ajuntar para projetar a glória de Deus.

Sempre fui, sou e serei otimista. Creio que a falsa paixão, aquela que se concentra no vil metal e nas glórias ilusórias da fama, cederá lugar à paixão legítima, espiritual, divina. Aquela que contempla o sangue que opera o milagre da regeneração.

Essa paixão levou John Knox a clamar: Senhor, dá-me a Escócia, ou morrerei.

Knox herdou essa paixão de Paulo, que disse: Ai de mim, se não pregar o Evangelho.

Paulo herdou a sua de Jesus, que bradou na cruz: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.

A Paixão do Filho é a mesma do Pai: A quem enviarei, e quem há de ir por nós?


Nota: Aproveito a oportunidade para informar que acaba de sair do prelo a segunda edição de meu livro 23 RAZÕES PARA SER UM GANHADOR DE ALMAS. Peça-o ainda hoje:
GezielGomes@msn.com.. Certamente esse livro fará aumentar a sua paixão.